
Deputado faz alerta sobre poder absoluto que governador paraibano tenta impor no Estado
Em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (24), o deputado Lindolfo Pires (DEM) fez duras críticas à ingerência do Governo do Estado no processo eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Paraíba. “É notável a partidarização das mais diversas instâncias e organismos, com a clara influência e intervenção do Governo do Estado para eleger Odon Bezerra como presidente da entidade”, denunciou Lindolfo.
Segundo o deputado, “a OAB não pertence a partido político ou a governo. Pela sua importância histórica desfrutada na sociedade civil, ela é instrumento de realização da cidadania e anteparo nas relações entre o Estado”. Durante o discurso, o deputado e 1º secretário da Assembleia Legislativa fez uma retrospectiva sobre a participação da entidade nos mais delicados momentos pós-democratização no país e na Paraíba.
Ao longo do discurso, também, Lindolfo Pires citou os vários fatos inquestionáveis sobre a ingerência do governador e seus agentes políticos no processo eleitoral interno de uma das mais respeitadas entidades de classe da Paraíba. A candidatura de Odon Bezerra foi anunciada publicamente no mesmo dia em que tomava posse no Palácio da Redenção, sua irmã, como Sub-Secretária da Casa Civil do Governador.
Em seguida, segundo Lindolfo Pires, durante entrevista dada ao jornalista Arimatéa Souza, em Campina Grande, o próprio governador se referiu à chapa ‘Um Novo Tempo’, encabeçada por Odon Bezerra, como a ‘Nossa Chapa’. Posteriormente, os jornais locais veicularam o slogan da campanha de Odon curiosamente tinha semelhanças com o do Governo do Estado: UM NOVO TEMPO de prosperidade.
E ontem, durante uma homenagem ao deputado Wilson Santiago (PMDB), a Defensoria Pública distribuía em seu informativo institucional, pago com recursos dos contribuintes paraibanos, uma fotografia da atual defensora pública geral, Fátima Lopes, no ato de lançamento da candidatura de Odon Bezerra, fazendo pose e vestindo literalmente ‘a camisa’.
E o mais grave, de acordo com o deputado do DEM: a condução da campanha de Odon Bezerra é titularizada pelo consultor geral do Estado, Assis Almeida, com o “auxílio luxuoso” dos secretários Marcelo Weick (Casa Civil); Élson Carvalho (Controle Interno); e Roosevelt Vita (Administração Penitenciária). “Ou seja: é a República de alguns advogados que controlam o governo e também pretendem controlar uma das entidades mais importantes da sociedade paraibana”, criticou Lindolfo Pires.
Finalizando seu discurso, o 1º secretário da Assembleia destacou: “Meu sentimento é de que, na Paraíba, caso não estejamos atentos, sucumbiremos ao mau uso do poder político, com a abolição pura e simples do equilíbrio entre poderes, constituindo-se, assim, quiçá, uma republiqueta venezuelana, em que o Poder Executivo controla o Judiciário, o Legislativo, organizações sociais e a imprensa”.
O deputado disse, enfim, ter “profundo receio que este movimento de apoderação dos espaços públicos resulte na fragmentação do pacto federativo, tirando o termo democrático do Estado de Direito, criando-se uma espécie de “monarquia na Paraíba”.
Assessoria

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