domingo, 12 de abril de 2009

PEC dos Vereadores volta a pauta do Senado esta semana

12/04/2009.
Após uma forte pressão para que a Câmara Federal aprovasse a Proposta de Emenda à Constituição (PEC-333/04) que aumenta para 7.343 o número de vereadores do Brasil, todas as atenções estão voltadas para o Senado. Isso porque os senadores devem votar ainda nesta semana o segundo trecho da proposta, que trata da redução do duodécimo das câmaras municipais.

Caso seja aprovada a PEC, a Câmara Municipal de João Pessoa poderá ganhar mais seis vereadores, passando de 21 para 27.

Já no legislativo sousense, as mudanças seriam significativas com a ascensão dos vereadores Flávia Garcia (PDT), Eduardo Medeiros (PTB) e o Sargento Zenias (PHS) que completariam a bancada situacionista, enquanto que na bancada de oposição apenas dois vereadores assumiriam vagas, Mozinho Gonçalves e Jucélio Marques ambos do PMDB. Porem, a quem diga que caso haja realmente alteração, um dos contemplados com a vaga poderá dar o troco aos antigos aliados que lhe excluíram completamente da lista gorda do Estado.

Em princípio, os deputados defenderam que deveria ser cortado 40% do repasse atual. Só que a Casa Alta deve fazer algumas alterações nesse ponto, sugerindo um corte menor. Em contato com parlamentares e interlocutores, a reportagem da Agência Nordeste apurou que existe a possibilidade de o aumento e a diminuição dos gastos serem devidamente abalizados até o final de maio.

Outra questão que deve trazer à baila uma série de críticas e reclamações principalmente por parte da opinião pública é um tópico em especial da PEC dos Vereadores, onde é afirmado claramente que a aplicação das medidas sugeridas se dará de maneira instantânea. Ou seja, será posta em prática logo nesta legislatura se for aprovada e isso pegará os vereadores de supetão, podendo inclusive “quebrar” a estabilidade financeira dos legislativos. Nesse caso, a validade deverá ser interpretada pelo TSE.
“É mais uma confusão nos legislativos. Mais uma prova dos nossos casuísmos eleitorais. Eventualmente, corre-se o risco de numa localidade um prefeito se fortalecer demais ou se enfraquecer demais por conta desse novo ingresso de vereadores, criando um clima de instabilidade”, atacou o mestre em ciência política e especialista em administração pública pela Universidade de Brasília (UNB), Cristiano Noronha.

Em síntese, a PEC cria 24 faixas de composição das câmaras de vereadores, sendo que as cidades com até 15 mil habitantes terão nove cadeiras. O número cresce de acordo com o tamanho dos municípios, chegando ao máximo de 55 vagas para aqueles que tenham mais de 8 milhões de habitantes.

Sobre a redução do duodécimo, enquanto os deputados aprovaram o racionamento em R$ 1,2 bilhão – passando de R$ 6 bilhões para R$ 4,8 bilhões –, os senadores desmembraram esse item em uma outra proposta de emenda à Constituição (PEC), no que seria uma PEC paralela, visando a manutenção do repasse atual. Como a Câmara não aceitou isso, a PEC paralela deve abaixar os gastos e ser devolvida antes de haver a elevação no número de cadeiras para vereadores.


O Norte

Tribunal de Justiça da Paraíba processa prefeitos acusados de realizar empréstimos em nome de funcionários públicos

12/04/2009.
A prisão do prefeito de Catingueira, José Edvan Félix, há três semanas, trouxe de volta o problema dos empréstimos que gestores municipais paraibanos contraíram com o Banco Matone, do Rio Grande do Sul, quase todos usando nomes de funcionários sem que os mesmos tenham recebido os valores contratados.

No total, de acordo com levantamento feito de ações na Justiça, 22 Municípios estão respondendo processos já no Tribunal de Justiça da Paraíba, todos movidos pelo Banco Matone, que também responsabiliza os respectivos prefeitos ou ex-prefeitos, pelo não pagamento dos empréstimos. Outras 49 ações tramitam na primeira instância. Em alguns casos, até os servidores estão sendo executados na Justiça para o pagamento de contas que não teriam contraído.

As denúncias são de que muitos prefeitos falsificaram contracheques, estabelecendo salários fictícios e até a falsificação de assinaturas dos servidores, para contratar os empréstimos. Os prefeitos são acusados de terem ficado com os valores dos empréstimos feitos em nome dos servidores.

No caso de Catingueira, o prefeito José Edvan Félix acabou condenado por falsidade ideológica, exatamente na documentação fornecida ao Banco Matone. Os prefeitos são acusados de suspenderem os repasses ao Banco Matone, conforme os contratos.

Alguns prefeitos foram processados duas vezes pelo banco Matone, conforme o site do Tribunal de Justiça na internet. São os casos, por exemplo, dos prefeitos de Olho D’água, Júlio Lopes Cavalcanti, e de Prata, Marçal Nunes.

No município de Itatuba, o Matone processa o prefeito Renato Lacerda Martins e sua filha, Raquel Beatriz de Oliveira Lacerda Martins. As Câmaras processadas pelo banco são as de Câmaras Bonsucesso, São Bento e Gurinhém (duas vezes).

O prefeito do município de Coremas, Edilson Pereira de Oliveira (PR), é um dos processados pelo Banco Matone. Ele é acusado de ter falsificado os contracheques de 36 servidores municipais (a maioria parentes dele) para que pudessem contrair empréstimos. Os empréstimos concedidos pelo banco totalizaram cerca de R$ 1 milhão em Coremas. E foram concedidos nos meses de setembro, outubro e novembro de 2006.

Jornal Correio