Entre os presos está um bacharel em Direito. Segundo a PC, ele se apresentava como advogado de detentos e seria responsável por negociar com os diretores dos presídios para facilitar os pedidos dos internos, como visitas em horários fora do habitual e até a entrada de drogas. A polícia já investigava o suspeito desde a primeira investida da operação, mas ele não foi preso para que se levantassem mais provas contra o suspeito. Além dele, também foram cumpridos mandados contra um homem e uma mulher que já eram detentos das unidades de Patos.
Conforme Cristiano Jacques, a polícia já apreendeu um fuzil 762, um revólver calibre 38, munição,11 celulares e cheques, que totalizam o valor de R$ 56 mil. Nas buscas, também foram encontrados cerca de 3kg de crack e uma quantidade de maconha. O material estava com pessoas fora das unidades, mas dois dos mandados de prisão cumpridos hoje foram realizados dentro de celas do Presídio Regional Romero Nóbrega, em Patos.
Uma mulher também foi presa hoje, mas a polícia descartou a participação dela no esquema e a liberou. Conforme o delegado, a operação aconteceu com foco na cidade de Patos, um dos polos do Sertão.
Operação prendeu diretor de presídio
A Operação Hidra foi deflagrada no dia 21 de março. De acordo com as Secretarias de Segurança Pública e Administração Penitenciária da Paraíba, na época foram cumpridos os 23 mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Os alvos eram detentos suspeitos de atuar no tráfico mesmo dentro das celas do Presídio Regional Romero Nóbrega, além de seis funcionários e um ex-funcionário da unidade, que estariam ganhando 'comissões' para facilitar fugas e saídas de presos para as negociações. O grupo também teria participação nos assassinatos de pessoas que tentavam denunciar o esquema.
A polícia e o Ministério Público flagraram carros oficiais da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária na escolta de presos do regime fechado, que teriam sido levados por funcionários de presídios para administrar o tráfico junto a grupos criminosos em bairros. Há suspeitas de participação de pessoas em São Paulo, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A droga distribuída na região seria originária da Bolívia e do Paraguai.
Alguns dos envolvidos foram transferidos para o presídio de segurança máxima PB1, na capital. O então secretário de Administração Penitenciária, Harrison Targino, informou que os servidores suspeitos iriam responder a um inquérito administrativo, em paralelo às investigações que já foram instauradas pela Polícia Civil em parceria com o Ministério Público da Paraíba.
A operação foi realizada com a participação de cerca de 250 policiais civis e militares, que fizeram buscas nas cidades de Patos, São Bento, São José de Piranhas e Teixeira, na Paraíba, além de São José do Egito, em Pernambuco.
G1