terça-feira, 6 de novembro de 2012

Fraudes no Programa Leite da Paraíba é destaque no jornal O Globo

No canto da casa de apenas um cômodo, Esmeralda, nascida há um ano, dorme envolta por um pano à tarde, e não é porque faz frio — estamos no semiárido paraibano, na cidade de Boa Vista.
O pano é para impedir que a menina fique coberta de moscas, presenças constantes, pois, além do calor, a casa não tem banheiro nem fossa. A família “vai aqui do lado no mato”, conta a mãe, Silene Ferreira da Silva. Ela tem mais três filhos, que fazem de Bibita, uma cabra da vizinha, o seu animal de estimação.
É a miséria de Silene e Esmeralda que está sendo explorada por fraudes ocorridas no Programa do Leite no estado, onde 112 mil famílias de baixa renda estão sem receber o leite do programa desde maio. Naquele mês, o programa foi suspenso na Paraíba após a Operação Amalteia, da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União e do Ministério Público Federal, descobrir fraudes como laranjas, adição de água no leite e até de soda cáustica, para estender sua validade.
Há pouco mais de uma semana, a PF enviou inquérito sobre as fraudes à 3ª Vara Federal de João Pessoa: 13 pessoas foram indiciadas — entre elas uma ex-presidente e uma ex-diretora de Operações da Fundação de Ação Comunitária (FAC), órgão estadual que coordena o programa, e um técnico da Emater-PB; os outros indiciados são ligados a indústrias que pasteurizavam o leite vindo dos pequenos produtores.
Segundo estimativas da PF, os desvios podem chegar a cerca de R$ 10 milhões. As fraudes no Programa do Leite, parte do Programa de Aquisição de Alimentos, um dos que compõem o plano Brasil Sem Miséria, são tema da segunda reportagem da série que O GLOBO publica desde ontem sobre irregularidades em programas para o público-alvo do plano.
Só na Paraíba, o Programa do Leite teve R$ 285 milhões repassados desde 2005 pelo Ministério do Desenvolvimento Social à FAC. Após a suspensão em maio, com a Amalteia, o ministério retomou o programa em agosto, depois que o governo estadual assinou termo de compromisso com a pasta que prevê o recadastramento dos agricultores fornecedores do leite. No entanto, diz a FAC, não há previsão de quando a distribuição do leite será normalizada.
— Com a suspensão do programa, a cadeia produtiva do leite no estado ficou desarticulada. Além disso, nos últimos meses, a seca se agravou, o que está fazendo muito agricultor produzir menos ou se desfazer de vacas e cabras. Boa Vista e outros 158 municípios ainda não voltaram a receber o leite, e não sabemos quando voltarão — diz Severino Ramalho Leite, presidente da FAC.
— Sem esse leite (do programa), a gente fica só com cuscuz mesmo. Não tem dinheiro pra outras coisas — afirma Silene Ferreira da Silva sobre a alimentação dos filhos, que quase não comem carne. Os R$ 184 por mês do Bolsa Família são a única fonte certa de renda da casa.
O Programa do Leite tem duas pontas: numa, paga pelo leite de pequenos produtores, para estimular a agricultura familiar; noutra, distribui o leite adquirido do pequeno produtor a famílias com renda per capita até meio salário mínimo e que tenham crianças de até 7 anos, idosos ou mulheres grávidas ou amamentando.
Foi na ponta do dinheiro pago a pequenos produtores que fraudes foram encontradas em pelo menos seis municípios: além da capital João Pessoa, Campina Grande, Taperoá, Boa Vista, Monteiro e Sousa. O eixo das irregularidades é a participação das empresas de laticínios. Em muitos casos, elas ficavam responsáveis por cadastrar produtores; com isso, passaram a incluir gente sem vacas ou cabras — às vezes, eram empregados das próprias empresas.
A brecha está no fato de que, para o pequeno produtor participar do programa, antes precisa ter uma Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), o que o certifica como agricultor familiar. Mas, como há muitos agricultores familiares que têm DAP sem serem necessariamente produtores de leite, empresas de laticínios passaram a incluir no programa DAPs de quem não produzia leite.
E, como cartões dos agricultores participantes do programa muitas vezes ficavam com as empresas, estas é que ficavam também com pagamentos destinados aos pequenos produtores. Talvez o mais grave é que essa prática já tinha sido descoberta em 2009, época em que a FAC fez sindicância. No entanto, integrantes de indústrias lácteas descobertos naquela época se ligaram a outros e continuaram com a prática; DAPs da época não foram canceladas.
Isso teria ocorrido na cidade em que O GLOBO esteve, Boa Vista, onde integrantes da Empresa de Laticínios Vakilla, acusada em 2009, teriam se ligado aos da Leite Boa Vista, acusada agora. Antonio Pereira de Almeida Filho, o Tonito, foi apontado como sócio da Vakilla em 2009. Candidato derrotado a prefeito este ano, quando declarou bens de R$ 6,735 milhões, ele teve em 2008 (quando também concorreu à prefeitura, com declaração de R$ 152 mil, o que significa que em 2012 apresentou aumento de 4.330% no patrimônio), como candidato a vice na sua chapa, Antonio Batista de Almeida Filho, o Tota, apontado como sócio da Boa Vista.
Nas denúncias de 2009 e 2010, moradores incluídos como laranjas relataram que parentes de Tota estariam entre os que os procuraram.
— Disseram que precisavam dos meus documentos para a minha aposentadoria. Mas fiquei sabendo depois que tinham me colocado nisso, como produtor. Nunca tive vaca nem cabra — conta Antônio Alcântara, pai de dois filhos; o mais novo, de 3 anos, ainda não anda nem fala, pois, segundo a família, nasceu “magrinho”.
O descontrole do Programa do Leite em Boa Vista foi tanto que a PF, na Amalteia, encontrou cartões de saque bancário de agricultores do programa escondidos no curral de uma fazenda de uma das empresas de laticínios.
Na fábrica do Leite Boa Vista, O GLOBO foi atendido por um homem que se identificou como Herculano Almeida. Ele disse que Tota, seu irmão, não estava e refutou as denúncias:
— Quem está acusando é que deve provar. Os produtores com que a gente trabalha estão normais. Funcionamos dentro da normalidade. O SIE (Serviço de Inspeção Estadual) sempre verifica nossos equipamentos, e sempre está tudo OK. Meu irmão vai agora esperar para ver como isso tudo vai se resolver.
 
O Globo
FOTO HANS VON MANTEUFFEL

Chuvas na Paraíba só voltarão em fevereiro, diz especialista

A representante da Agência de Gestão da Águas da Paraíba, Marli Bandeira, informou que as chuvas só voltarão em fevereiro do ano que vem.
Segundo ela, esse ano de 2012 choveu abaixo da média em todas as regiões do Estado, e frisou que o período agora é de estiagem.
- No caso do Sertão e Cariri o período mais chuvoso é de fevereiro a maio, mas como praticamente não choveu a situação se agrava por agora ser um período de estiagem. O que pode ocorrer agora nesses meses de novembro, dezembro e janeiro são chuvas isoladas.
Climatologicamente dezembro é o mês das chuvas isoladas. A parte do litoral sul foi a região que mais choveu no Estado – elucidou ela, em entrevista a uma emissora de rádio da capital do Estado, nesta segunda-feira (05).
 
Paraíba On Line

Obras de revitalização do Vale dos Dinossauros na cidade de Sousa estão em fase final


Turistas paraibanos e do mundo inteiro terão um bom motivo para visitar a cidade de Sousa, no alto sertão. As obras de revitalização do Monumento Natural Vale dos Dinossauros se encontram em estágio avançado. As visitas ao conhecido Vale dos Dinossauros foram suspensas desde junho deste ano, após o governador Ricardo Coutinho assinar a ordem de serviço para início da reforma, durante a Plenária do Orçamento Democrático Estadual da cidade, no dia 20 de maio.

O projeto de revitalização é coordenado pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) e surgiu por meio de convênio celebrado com a Petrobras. As obras de recuperação do museu, passarelas, casa da sede e quiosques do Vale dos Dinossauros representam um investimento de R$ 652.734,42. O plano consiste em revitalizar a unidade de conservação que abriga um dos mais significativos registros de pegadas fossilizadas de dinossauros do planeta. O valor total da obra é da ordem de R$ 1,2 milhão, oriundos de um convenio do Governo do Estado com a Petrobras.

O governador Ricardo Coutinho conseguiu com a empresa modificação do projeto e salvar o convênio. Na versão anterior, apenas 40% dos recursos seriam destinados a obras de infraestrura; os outros 60% seriam para convênios terceirizados envolvendo capacitação. O governo atual mudou a concepção do projeto, que agora destina 75% dos recursos para as obras de infraestrutura e os 25% restantes para as atividades na área social – que também incluem cursos.

As principais intervenções ocorreram na revitalização do museu, das passarelas, dos quiosques e da casa de apoio ao pesquisador, devolvendo dignidade a um dos maiores patrimônios do Brasil. O projeto arquitetônico contemplou todas as diretrizes de acessibilidade aos portadores de necessidades especiais.

A melhoria no Vale dos Dinossauros incluiu área de urbanização e estacionamento, reforma do auditório e aquisição de móveis e equipamentos, entre outros benefícios. A revitalização abrange ainda ações de capacitação para a população nas áreas de paleontologia e identificação de pegadas de dinossauros. Segundo o atual coordenador de Estudos Ambientais da Sudema, Thiago Silva, foi feita uma revitalização geral de todo o Parque, desde o novo cercamento à reurbanização da área em frente ao Monumento.

Robson Marques, 70 anos, cuida do Vale dos Dinossauros há quase 38 anos. Ele afirma que o Parque costumava receber cerca de dois mil visitantes por mês – número expressivo. “Durante esse reforma, as pessoas passavam apenas pelo entorno do Vale e mesmo assim ele era procurado, principalmente no período de férias”, disse.


secom

Habilitação Social divulga quinto listão com 200 convocados



Convocados terão até o dia 23 de novembro para apresentar a documentação

O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) divulgou nesta segunda-feira (05), a quinta lista com os nomes de 200 novos selecionados para o ‘Programa de Habilitação Social’, que oferece Carteira Nacional de Habilitação (CNH) gratuita para candidatos carentes.

Dos candidatos convocados nesta quinta lista, 59 são para a cidade de Monteiro. Para esta região, o programa reservou 100 vagas em 2012, mas muitos candidatos não comprovaram as informações prestadas durante a inscrição online. Em João Pessoa foram convocados mais 48 candidatos.
A lista está disponível clicando aqui. Os convocados terão até o dia 23 de novembro para apresentar a documentação comprovando informações prestadas durante a inscrição online. Na capital, a apresentação dos documentos acontece na 1ª Gerência das Casas da Cidadania, localizada na Rua Gama e Melo, número 126, Varadouro.

Em Campina Grande, o atendimento será feito na sede da 1ª Ciretran e nas demais regiões geoadministrativas, os selecionados serão atendidos nas Ciretrans, Sines e Centros Sociais Urbanos (CSU). O Programa Habilitação Social ofereceu 3 mil vagas para 2012. Na primeira fase, 1.766 candidatos convocados não confirmaram a inscrição online, levando o Detran a divulgar o segundo ‘listão’ para preenchimento das referidas vagas e novos ‘listões’ cada vez que os candidatos selecionados não confirmavam as inscrições.

Os maiores itens de desclassificação foram: não comparecimento para confirmação da inscrição; documentação não comprovada; declaração de dependentes acima do número real e renda familiar declarada acima do limite de 1 salário mínimo e meio estabelecido pelo programa.
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano avalia os documentos apresentados nas 14 regiões geoadministrativas que abrangem os 223 municípios paraibanos. Segundo o superintendente do Detran, Rodrigo Carvalho, os candidatos selecionados, que não apresentam a documentação comprovando as informações prestadas durante a inscrição online, são eliminados e substituídos pelos que já estão no cadastro reserva.

De acordo com as regras do programa, os candidatos com inscrições confirmadas iniciam imediatamente os exames para emissão ou classificação da Carteira Nacional de Habilitação pelo Programa de Habilitação Social, por meio do qual o Governo do Estado dispensa o pagamento das taxas de serviço cobradas pelo Detran e assume os custos das aulas teóricas e práticas junto aos Centros de Formação de Condutores.

Distribuição de vagas - O Habilitação Social reservou 50% das vagas (1500) para inscritos no Cadastro único do Programa Bolsa Família. As demais vagas foram distribuídas da seguinte forma: 15% (450) para pessoas com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que comprovem nunca haver tido experiência formal junto ao mercado de trabalho ou que estejam desempregadas há mais de 1 ano; 20% (600) para alunos matriculados na rede pública de ensino nos programa Pró-Jovem e Brasil Alfabetizado: 10% (300) para pessoas egressas e liberadas do sistema penitenciário, bem como aqueles que tenham cumprido medida sócio-educativa de internação, nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente, de acordo com requisitos estabelecidos pela portaria da superintendência do Detran e 5% ( 150) para Beneficiários do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), inclusive pequenos agricultores, assim como beneficiários de outros programas sociais.


Secom PB

Em oito meses de 2012, prefeitos da região de Sousa gastam mais de R$ 52 mil em diárias


Prefeito de Marizópolis lidera o ranking, enquanto o gestor de Lastro não gastou nenhum centavo.

Oito dos nove prefeitos dos municípios que ficam localizados na região de Sousa já contabilizam gastos de R$ 52.624,32 com pagamento de diárias nos primeiros oito meses de 2012, segundo levantamento realizado junto ao Sistema Sagres do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba.

De acordo com os dados, apenas o prefeito de Lastro, José Vivaldo Diniz (PDT) não se utilizou dos recursos de diárias para viagens realizadas para a Capital paraibana, Brasília e outros estados. Vivaldo perdeu o mandato em outubro último por decisão judicial e em seu lugar já assumiu a vice-prefeita Isabele Abrantes.

O prefeito de Marizópolis, José Vieira (PTB) lidera o ranking das diárias com R$ 12.400,00, seguido do gestor do município de Nazarezinho, Júnior Braga (PTB) com R$ 11.880,00.

Na terceira e quarta posições aparecem José Rofrants (PSDB), prefeito de São Francisco (R$ 7.833,69) e Raimundo Antunes (PT), de Santa Cruz (R$ 7.246,00). Os gestores de Aparecida, Deusimar Pires (PSDB) com R$ 5.079,43 e Neto de Coraci (DEM) com R$ 4.200,00 figuram na quinta e sexta colocações, respectivamente.

As Prefeituras que gastaram menos dinheiro em diárias são Sousa e Vieirópolis. Na ‘Cidade Sorriso’, Fábio Tyrone (PTB) apresenta despesa de R$ 2.367,20, enquanto o vieiropolense Marcos Pereira (PTB) gastou apenas R$ 1.600,00.

A média de despesas nas diárias recebidas no período de oito meses por cada prefeito é de R$ 6.578,04. As assessorias das Prefeituras informaram que todas as viagens são para audiências com autoridades governamentais, parlamentares e encaminhamento de projetos no Estado e em Brasília.

Confira tabela de despesas em diárias dos prefeitos da região de Sousa:



Levi Dantas