segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lafayette Gadelha perde mais uma na justiça e continua fora da disputa

Parece que as coisas estão ficando cada vez mais difícil para o filho do ex-prefeito de Sousa de saudosa memória, Salomão Benevides Gadelha, o jovem Lafayette Pires do Partido dos Trabalhadores, que ao contrario do pai, que não perdia uma batalha judicial, este ainda não conseguiu ganhar uma.

De acordo com informações, depois de convocar a imprensa e anunciar mais uma medida judicial junto à justiça eleitoral na tentativa de conseguir o registro de sua candidatura para disputar uma das 13 vagas junto a câmara de vereadores da Cidade de Sousa, o petista foi mais uma vez prejudicado ao não conseguir medida liminar para garantir o seu pedido de registro de candidatura, o que não foi acatado liminarmente.

De acordo com o parecer do representante do MPE, o Dr. Walfredo Alves Teixeira, de forma opinativa, proferiu apenas o simples recebimento da petição e que não era o caso da manifestação da justiça quando a anulação da convenção municipal por ser esta inerente a direção superior do partido.

Já em seu despacho, o juiz eleitoral da 35ª zona eleitoral Dr. Jose Normando Fernandes fez questão de observar que o que houve foi uma divergência no interior da organização do partido local, tendo o órgão superior estadual decidido e encaminhado a este juízo a noticia daquela decisão.

Na estrofe final de seu despacho, completa o magistrado:

Entendo que não é o momento nem o instrumento cabível para a análise da matéria. Devem os interessados tomarem os meios adequados para fazer valer os seus direitos.

Apense-se ao processo de registro de candidaturas, intime-se.

Sousa, domingo, 08 de julho de 2012, juiz eleitoral Dr. Jose Normando Fernandes, juiz eleitoral.

Diante desta decisão, o jovem Lafayette Gadelha continua fora da disputa eleitoral de 2012, mas parece que não pretende dar por encerrado o caso, que deverá registrar novos embates na esfera judicial.

Mario Gibson

Planejamento e operações policiais integradas põem fim à ‘guerra de famílias' no Sertão


A rixa entre as famílias Suassuna, Oliveira e Veras não mancha mais de sangue as cidades do Sertão da Paraíba. Há um ano não são registrados homicídios cometidos por representantes dos três grupos, que juntos foram responsáveis por pelo menos 96 assassinatos ao longo de duas décadas.

A tranquilidade vivenciada pelos moradores da região nos últimos meses, desde 7 de julho de 2011, é resultado das operações Laços de Sangue I e II e Resgate, realizadas entre os meses de setembro de 2011 e janeiro deste ano pelas polícias Civil e Militar. As três ações conseguiram prender 23 integrantes das famílias, por força de mandados de prisão cumpridos na Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Brasília e Paraná.

As operações, além de cessarem as mortes ligadas à disputa entre os Suassuna, Mesquita Batista (conhecidos como Oliveira) e Veras, ainda colaboraram para a diminuição nos índices de homicídios registrados na área abrangida pela Delegacia Regional de Catolé do Rocha, entre o ano passado e o primeiro semestre de 2012. Enquanto em 2011 ocorreram 52 assassinatos, sendo 26 até o mês de junho, nos primeiros seis meses deste ano ocorreram 13 homicídios, o que representa uma redução de 15% dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) - homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

O secretário da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima, destaca que esse conjunto de ações demonstra um trabalho focado em resultado, com emprego de inteligência policial na realização de repressão qualificada. Segundo ele, "a integração dos órgãos do sistema de segurança, bem como a articulação como Ministério Público e o Poder Judiciário permitiu o enfrentamento aos crimes na região e pôs fim à guerra que se arrastava por mais de 20 anos".

Trabalho contínuo - Para o delegado regional de Catolé do Rocha, Marcos Vinícius Damaceno, as ações que puseram fim às mortes entre as famílias causaram uma mudança no dia-a-dia da população local. "O povo sentiu a continuidade do trabalho e isso reduziu bastante a violência, pois os que financiavam e executavam esses crimes foram presos", destaca a autoridade policial. Segundo o delegado, ainda existem mandados de prisão em aberto e os alvos continuam a ser investigados.
Depois das três operações de grande porte, a delegacia regional, que abrange dez cidades sertanejas, se concentrou em ações pontuais, com menos pessoas presas, porém mais frequentes. "Assim, o nosso Grupo Tático Especial atinge uma média de quatro mandados de prisão cumpridos por mês, pelos mais diversos crimes, como homicídios, tráfico de drogas, fora os flagrantes diários realizados pela Polícia Militar", detalha Marcos Damaceno.

A Polícia Militar também intensificou a prevenção e repressão ao crime, aumentando as fiscalizações de trânsito e abordagens.

Planejamento operacional - De acordo com o delegado André Rabelo, que na época das operações era delegado regional de Catolé do Rocha, a decisão de encampar uma grande ação de combate aos crimes contra a vida na localidade aconteceu no início da atual gestão da Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds). "Verificamos que historicamente as famílias vinham se envolvendo nesse tipo de crime e a decisão foi tomada quando duas mortes aconteceram: uma na frente do batalhão da PM e outra próxima à delegacia", explica o atual delegado regional de Campina Grande.

De acordo com Rabelo, as ações foram divididas em três fases: duas intituladas ‘Laços de Sangue', realizadas nos dias 27 de setembro e 25 de novembro de 2011 e que tiveram como foco o cumprimento de mandados de prisão. Outra fase foi a ‘Resgate', que aconteceu em 10 de janeiro deste ano, cujo objetivo foi o de apreender armas e reestabelecer a paz social. Ao todo, foram apreendidas 35 armas de fogo, entre revólveres, pistolas e espingardas, e ainda apreendidos R$ 100 mil em espécie.

De acordo com o delegado regional de Patos, Cristiano Jacques, que também participou da operação, "uma característica marcante dos três grupos era o planejamento de suas execuções. As tarefas eram bem definidas dentro da organização: pessoas que planejavam, financiavam, recrutavam mercenários, levantavam os alvos e executavam", explicou o delegado.

As investigações apontaram, ainda, que os criminosos chegavam a realizar seguros de vida para os integrantes das famílias que poderiam ser alvos, assegurando, assim, capital para sustentar as práticas criminosas.

Nas três ações, foram empregados cerca de 300 policiais entre civis e militares, além de viaturas, cães farejadores e um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal que efetuou o monitoramento aéreo da localidade.

Equipes do Instituto de Polícia Científica também participaram do trabalho, para dar agilidade às perícias e facilitar a conclusão dos flagrantes.

A Polícia Militar montou pontos de bloqueio na entrada e saída da cidade para reforçar a segurança do início ao fim da operação.



SECOM

Paraíba se emociona no último adeus a Ronaldo Cunha Lima

Domingo, 08 de julho de 2012 - 20h19




O ex-governador e poeta Ronaldo Cunha Lima foi sepultado neste domingo (8), às 16h40, no cemitério do Monte Santo, com honras de chefe de Estado e aclamado pelo povo na cidade de Campina Grande. Aos gritos de “Ronaldo eu te amo” e aplausos, o corpo do poeta foi sepultado, ao lado do pai Demóstenes da Cunha Lima e da mãe Francisca Bandeira da Cunha Lima, a dona Nezinha, com as bandeiras da Paraíba, do Brasil e do Treze, o time do coração.

Milhares de pessoas se uniram aos familiares para o último adeus a um dos maiores líderes políticos da Paraíba. Ao longo do cortejo os populares demonstravam o carinho com o poeta, a dor da última homenagem. Faixas, camisas e bandeiras das campanhas vitoriosas de Ronaldo eram vistas a todo o momento no corpo, nas mãos e nas fachadas das residencias de Campina Grande.

Nem a chuva impediu que milhares de pessoas acompanhassem o cortejo do Parque do Povo até o cemitério Monte Santo. “As chuvas são lágrimas de Campina Grande pela perda do poeta e líder político Ronaldo Cunha Lima”, disse o amigo e ex-assessor Evaldo Tomé.

O cortejo saiu da Pirâmide do Parque do Povo, às 15h30, após a homenagem da Guarda de Honra e seguiu em carro aberto pelas avenidas da cidade. De acordo com estimativas da Polícia Militar da Paraíba, mais de 100 mil pessoas compareceram para dar o último adeus ao poeta.

O governador Ricardo Coutinho esteve presente no velório e acompanhou as homenagens ao líder político, ao lado da esposa de Ronaldo, Glória Cunha Lima e dos filhos Cássio, Ronaldo, Savinny e Glauce, e demais familiares e amigos.

Poesia marca despedida de Ronaldo

A pedido de Ronaldo durante todo o velório foi tocada a música “Luzes de Ribalta”, de Charles Chapplin. O sobrinho de Ronaldo, Bruno Cunha Lima, fez uma homenagem recitando o poema do tio “Conversa com meu pai, emocionando a todos.

O governador Ricardo Coutinho disse que a Paraíba sempre devolveu, com muita confiança, carinho e respeito a dedicação de Ronaldo com o Estado. “Ronaldo foi um homem que ocupou com honra todos os cargos, foi uma pessoa muito identificada com o processo de redemocratização do país. Colecionou amizades que estavam acima da questão partidária e isso reflete em todo o respeito com que a Paraíba o reverencia”. Ricardo disse ainda que Ronaldo deve receber aplausos e celebrações por toda sua trajetória.

Bastante emocionado, o senador Cássio Cunha Lima, falou sobre a relação com o pai. “Posso dizer que nossa relação era de dois amigos, dois confidentes, dois parceiros, companheiros de uma jornada de uma vida inteira”, disse.

Cássio agradeceu ao Governo do Estado pela organização do funeral, as autoridades e as pessoas humildes, anônimas, que prestaram homenagens e foram dar o último adeus, em João Pessoa e Campina Grande, ao poeta.

O poeta Jessier Quirino disse que teve o privilégio de conhecer e fazer o prefácio de um dos livros de Ronaldo. Ele definiu Ronaldo como um homem simples, humilde e do povo. “Os poetas são aqueles que têm vocação com o pôr do sol. Eu diria que Ronaldo tem vocação para o pôr do sol, para a boquinha da noite, para o anoitecer, para a madrugada, para o dia todo. Diria que tem a vocação, sobretudo, para o povo que está aqui prestando a sua homenagem”.

Os populares não esconderam a emoção e a saudade do poeta. A Irmã Aida, responsável pelo Lar São Vicente de Paula, em Campina Grande, lembrou que Ronaldo ajuda a instituição há mais de 30 anos. “Ronaldo era uma pessoa caridosa, gostava de ajudar os mais necessitados. O que sempre me chamou a atenção nele era a capacidade de tratar bem, com alegria e respeito, todos, seja do mais pobre ao mais rico”, resumiu a religiosa.

Lindalva Pequeno contou que sentiu muito a morte de Ronaldo porque não esquece que num momento difícil da vida ele a ajudou a encontrar um emprego. “Era um homem bom que realizou meu sonho e não poderia deixar de vir prestar a última homenagem”, disse emocionada.

Ronaldo Cunha Lima faleceu às 09h35, ao lado de familiares, na casa onde morava no bairro Tambaú, em João Pessoa. Mas, o líder político e poeta, nascido na cidade de Guarabira, deixa o legado de uma das mais brilhantes trajetórias políticas da Paraíba ao longo de 53 anos de vida pública.


SECOM