segunda-feira, 6 de abril de 2009

Novo Laudo: Um Pedido Razoável

06/04/2009.
Como é do conhecimento de todos, o dinossauro teve que jogar a primeira partida da final do primeiro turno no José Cavalcante em Patos, uma vez que o regulamento em seu artigo 29 diz o seguinte: “ As partidas das semifinais e finais de turno e de Campeonato só poderão ser realizadas em estádios com capacidade mínima para 10.000 (dez mil) torcedores sentados, não se podendo utilizar arquibancada móvel por razões de segurança”. O problema é que até o ano passado a capacidade do Marizão, segundo a própria CBF, era 10.398 torcedores.

Contudo, por orientação do Corpo de Bombeiros - que também participou do laudo feito pela CBF em 2008 – a capacidade do Estádio Municipal Antônio Mariz foi drasticamente reduzida. Estádios não encolhem mesmo sob o sol forte do Sertão. Então, o que poderia ter feito o Marizão encolher? Primeiro, o Corpo de Bombeiros usou em 2009 para calcular a capacidade de nossa praça de esportes uma metodologia diferente da que usa a CBF. Segundo, o problema central, segundo os bombeiros, era que o Marizão não permitia uma evacuação rápida em caso de pânico generalizado, pois as saídas de emergência eram pequenas. Até aqui, tudo muito bonito! Tudo muito lógico! Afinal, não se pode colocar muita gente num local que não pode ser esvaziado com rapidez - se bem que num estádio com um alambrado baixo, a possibilidade de uma tragédia provocada por superlotação, semelhante a que ocorreu há alguns anos na Inglaterra, é quase zero.

Ocorre que após ser firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), perante o Ministério Público, o Marizão ganhou pára-raios e teve suas saídas de emergência ampliadas. Contudo, para todos os efeitos, o Marizão continua impedido de sediar semifinal e final de turno e principalmente a decisão do Paraibano 2009. É certo que algumas medidas simples ainda precisam ser tomadas em relação ao Marizão, mas na verdade nenhum estádio da Paraíba está livre de problemas.

Interessante é que se um novo laudo não for feito, o Sousa jogará no Estádio José Cavalcante em Patos. O JC, pra quem não conhece, possui uma arquibancada sombra que se estende até metade do campo de Jogo – no máximo temos uns 55 metros de arquibancada, enquanto a arquibancada principal do Marizão tem aproximadamente 110 metros. O setor de cadeiras do JC é simbólico (umas 20 cadeiras), já o Marizão possui mais de quinhentas. A arquibancada sol do JC possui seis degraus de 80 metros de comprimento, no máximo, cada. A mesma arquibancada no Marizão possui o mesmo tamanho, mas o dobro de degraus. Por fim, o JC ganhou uma nova arquibancada por trás do gol, mas esta está incompleta e estende-se somente até a trave. O Marizão possui uma arquibancada por trás do gol que vai de uma ponta a outra.

O Corpo de Bombeiro de Patos afirma que o JC tem capacidade para dez mil e duzentos torcedores. No entanto, se a mesma metodologia fosse usada em Sousa, o Marizão certamente comportaria 20 mil. Não duvido da capacidade do JC, mas ter que acompanhar setores da imprensa de João Pessoa e Campina dizer que o Marizão não comporta dez mil torcedores (ao mesmo tempo em que silenciam em relação ao de Patos) é demais. Há coisas que desafiariam a lógica, se não soubéssemos que muito do que é dito não passa de mero pretexto. O Marizão não encolheu! Se o Corpo de Bombeiros detectou um problema de projeto, parabéns. Contudo, é necessário elaborar um novo laudo que diga se o problema foi ou não corrigido. A cidade de Sousa não pode ser ultrajada dessa forma.

A partida final no Marizão é um direito do Sousa e do povo de Sousa. Os torcedores do dinossauro não estão pedindo muito, apenas que se faça um novo laudo e usando os mesmos critérios adotados para os outros estádios. Convenhamos, é um pedido razoável! Na verdade, descobri, navegando na internet, que esse problema que enfrenta o Marizão é muito comum. Até o moderníssimo Engenhão teve problemas por falta de um laudo no início do ano. O segundo turno está acabando. Espero que os responsáveis pelo Marizão estejam trabalhando firme para resolver o problema.

Tárcito Theophilo Barbosa de Lima, sousense, licenciado em História, atualmente radicado em Juazeiro do Norte-Ceará.
E-mail: ttbl@hotmail.com
http://tarcito.wordpress.com/

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