
Para evitar o agravamento da crise do abastecimento de milho nos depósitos
da CONAB na Paraíba e demais estados do Nordeste, o Ministro da Agricultura,
Mendes Ribeiro Filho, informou que os Governos Estaduais irão assumir os custos
do frete de retorno dos caminhões para as demais regiões. O Ministro garantiu
ainda ao Senador Cássio Cunha Lima (PSDB) a liberação em caráter emergencial de
seis mil toneladas de milho para abastecer os depósitos da CONAB na Paraíba e
evitar a descontinuidade do Programa de Vendas em Balcão. “É preciso, com
urgência, acudir o nosso setor produtivo rural atingido pela longa estiagem que
castiga a Paraíba”, cobrou o senador Cássio durante audiência realizada no final
da tarde desta quarta (08), no gabinete do Ministro da Agricultura.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) aproveitou a oportunidade para entregar
ao Ministro um documento elaborado pela Frente Parlamentar da Seca da Assembleia
Legislativa da Paraíba. Segundo relato feito pelo Senador Cássio ao Ministro
Mendes Ribeiro Filho, o setor agropecuário da Paraíba enfrenta neste ano uma
grave crise por causa de uma das piores secas que se abateu sobre o semiárido.
Resultado: a demanda pelo milho do Programa de Vendas em Balcão da CONAB
registrou um forte crescimento. Aliada à greve dos caminhoneiros, os armazéns da
Conab na Paraíba e em todo o Nordeste começaram a enfrentar uma série de
obstáculos operacionais, provocando desabastecimento e falta do grão para os
produtores. “Os estoques de grãos acabam rapidamente nas unidades da CONAB e
nossos produtores não tem como socorrer o seu efetivo pecuário (aves, bovinos,
suínos, caprinos e ovinos)”, afirmou Cássio.
Durante a audiência, o Ministro informou ao senador paraibano que as
operações de remoção de milho para o Estado estão mais lentas em razão,
principalmente, da dificuldade enfrentada pelas transportadoras contratadas pela
Conab para cumprir o fluxo estabelecido. Segundo Mendes Ribeiro, a situação foi
agravada por fatores externos que têm gerado uma severa deficiência de
transporte no país, incluindo o crescimento da demanda por frete, o aumento da
produtividade no plantio de soja e milho, a redução do número de caminhões
disponíveis, a elevação do preço de frete (que chegou a atingir uma média de
36%), além das novas exigências legais para setor de transporte
rodoviário.
“Tudo isso tem majorado o prazo de execução das viagens para o escoamento
da produção”, explicou, informando ser necessária a participação do Estado no
pagamento dos fretes. De acordo com informações oficiais da CONAB, os
caminhoneiros, diante das novas exigências da ANTT, têm procurado executar um
maior número de fretes de curta distância, em detrimento dos de longo percurso,
considerando sua maior rentabilidade e boa parte da circulação ocorrer em
estradas vicinais, não suficientemente atendidas pela fiscalização.
Documento
O documento assinado pelo Presidente da Frente Parlamentar da Seca da
Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado estadual, Francisco de Assis
Quintans, e entregue ao Ministro Mendes Ribeiro agora pouco pelo Senador Cássio
Cunha Lima, alerta que cerca de 10 mil empregos de paraibanos estão ameaçados
caso o governo federal não interceda urgentemente buscando medidas para
minimizar a crise no setor. Entre as solicitações feitas pela Frente ao Governo
Federal, a prioritária é a liberação de 27 mil toneladas mensais de milho em
balcão emergencial ao produtor, além de maior agilidade dos tramites
operacionais internos da CONAB. Outra proposta em análise é disponibilizar
caminhões dos Governos estaduais para buscar o milho no Mato Grosso, o que
garantiria um abastecimento rápido e certo. "O programa é bom, tem preço
reduzido que beneficia os produtores, mas a burocracia e os problemas de
logística estão causando enormes prejuízos aos agricultores e produtores”,
frisou Cássio Cunha Lima.
foto: Jaciara
Aires
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