terça-feira, 12 de junho de 2012

CPMI do Cachoeira ouve governadores do DF e de Goiás

Foto Agência Brasil

Depoimentos de governadores sobem a tensão política na CPMI do Cachoeira nesta semana. O tucano Marconi Perillo, de Goiás, depõe nesta terça-feira, enquanto o petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, virá à CPMI na quarta. Deputados e senadores terão o desafio de conduzir as reuniões sem a interferência da disputa política entre governo e oposição.

Os dois governadores confirmaram presença e deverão esclarecer denúncias de suposta influência da quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira em seus governos. Além disso, Perillo terá de explicar a venda de uma casa de luxo em Goiânia, onde Cachoeira foi preso pela Polícia Federal, em fevereiro.
Há quatro versões diferentes sobre a transação envolvendo o imóvel. Vice-líder do PSDB e integrante da CPMI, o deputado Vanderlei Macris, de São Paulo, não vê necessidade de os tucanos montarem uma espécie de "tropa de choque" para defender o governador goiano.

"No caso do PSDB, o governador Marconi Perillo foi o primeiro a dar demonstrações de que tinha o interesse de fazer os esclarecimentos na CPMI sobre o que acontece no seu governo. Eu acho que essa boa vontade do governador em dar explicações é o que mais se espera e nós, do partido, temos o interesse de que ele venha mesmo explicar e dar cabo dessas eventuais denúncias feitas a ele".
Na semana passada, dois deputados que ocupavam secretarias no governo do Distrito Federal foram liberados para retornar à Câmara. Um deles, o deputado Paulo Tadeu, do PT, foi ao Plenário defender as ações de transparência do GDF e rebater o que ele chamou de "ataques" ao governador Agnelo Queiroz.

"O governador Agnelo estará aqui na CPI para, inclusive, ter a oportunidade de mostrar para o Parlamento e para o povo brasileiro que o nosso governo tomou uma série de medidas para combater a turma do Cachoeira no Distrito Federal. Essa turma que, inclusive, tentou, no fim do ano passado e início desse ano, desestabilizar, derrotar e derrubar o governo Agnelo. Isso está nas transcrições feitas pela Polícia Federal".

Além dos dois governadores, a CPMI vai se reunir, na quinta-feira, para a análise de vários requerimentos. Cerca de 200 estão pendentes de votação. Há a expectativa, por exemplo, de convocação do ex-dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, e do ex-diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit, Luiz Antônio Pagot. A empreiteira é apontada como um dos braços do esquema de corrupção montado por Cachoeira e também detém grande volume de contratos com o Dnit.

De Brasília, José Carlos Oliveira

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