domingo, 11 de abril de 2010

Aécio Neves convoca Minas e garante apoio ao candidato José Serra

O ex-governador Aécio Neves fez um discurso opondo o PSDB ao PT, conclamando o apoio de Minas Gerais ao candidato do partido à Presidência e convidando José Serra (PSDB) a iniciar a disputa indo ao Estado.

As afirmações foram entendidas politicamente como um gesto de aproximação e afastou o desconforto causado pela fala de Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, que tentou atrair na última semana os eleitores de Aécio para sua candidatura. "A partir de Minas Gerais, das montanhas de Minas (estou) ao seu lado ou onde eu for convocado", afirmou.

Aécio disse que não iria deixar dúvidas de que o candidato de Minas é José Serra. Terminou o discurso sob aplausos e aos gritos de “vice, vice, vice” pelos cerca de mil ppresentes em um centro de convenções em Brasília, onde neste sábado aconteceu uma festa para marcar o lançamento do nome de Serra para suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Aécio pleiteava ser candidato a presidente pelo PSDB, chegou a sugerir realização de prévias, mas desistiu da disputa em dezembro do ano passado, ao perceber que não teria suporte partidário. Desde então, foi cogitado para integrar a chapa de vice-presidente, possibilidade que descartou publicamente por diversas vezes, mas que não fez menção durante o discurso de sábado.


Os tucanos entendem ser essencial uma vitória com ampla margem de votos em São Paulo e em Minas Gerais, dois dos maiores colégios eleitorais do país, para balancear uma provável dianteira de Dilma nas regiões Norte e Nordeste. Para isso, contam com o apoio e o esforço de Aécio, que detém aprovação alta em Minas. Ele deixou o governo de Minas para seu vice, Antonio Anastásia (PSDB), candidato a reeleição.

Nesta semana, Dilma foi ao Estado e pregou o voto “Anastadilma” - o candidato de Aécio para governador e ela mesma para presidente.

União

Aécio falou de união desde o início de seu discurso, feito de improviso. “Estamos aqui reunidos para consagrar aquilo que tantos de nós dizíamos, que a unidade do PSDB era o mais vigoroso instrumento para que pudéssemos ver no Brasil de novo um governo que privilegiasse o método e os resultados.”

Ele disse que deixou a disputa para a presidência como um gesto em favor de Serra. E pontuou diferenças entre o comportamento de tucanos e petistas. Ele lembrou que o PT se colocou contra a eleição de Tancredo Neves pelo colégio eleitoral, em 1985, contrário a Constituição, em 88, não participou do governo Itamar Franco, em 92, fez oposição ao Plano Real, em 1994. Ainda advogou a maternidade do programa Bolsa Família para a ex-primeira dama Ruth Cardoso, que teria desenvolvido o esboço dos projetos de transferência de renda. Elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suas virtudes, “sobretudo uma, a de ter mantida inalterada a política econômica do País”.

“Tenho convicção de dizer que, se o país hoje é melhor, e ele é, é porque colocamos interesses coletivos acima dos individuais,. Ninguém tem proposta melhor para este país do que Jose Serra e ao seu lado estarei, onde for convocado, para fazer que sua voz, a partir das montanhas de Minas, possa ecoar todo o país”, declarou.


O Estadão

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