30/10/2009.Nesta semana, o Jornal Nacional tem apresentado os efeitos do crack e a dificuldade de recuperação de brasileiros dependentes dessa droga. Nesta quinta-feira, o correspondente Rodrigo Bocardi mostra como os Estados Unidos enfrentam o problema.
Em cada sala um drama. E as portas ficam fechadas por uma determinação federal que dá direito à privacidade a um dependente químico.
Tracy Miles, o diretor da clínica, conta que essa é uma das milhares de clínicas públicas e privadas que existem nos Estados Unidos.
“Nos Estados Unidos nós temos várias formas de tratamento. Este é o primeiro nível. Avaliamos e sugerimos o melhor caminho que o dependente deve seguir", contou Miles.
“Começa sempre com uma entrevista, dizemos que a droga pode ficar para trás. Mas se isso for insuficiente, envolvemos os parentes", disse o psicólogo Steven Everett.
“Agora, se houver algum perigo para a sociedade ligamos imediatamente para o serviço de emergência para internar essa pessoa, mesmo que seja a contra a vontade dela", explicou o psicólogo.
Mas a internação nem sempre adianta. Com hipertensão, diabetes e problemas no coração, Harold ainda está em uma longa caminhada em busca da cura. "Estou à procura de um milagre", disse ele.
Milagre que pode vir em forma de vacina: anticorpos que impedem a cocaína e o crack de agirem no cérebro, evitando, assim, que a pessoa fique viciada.
O resultado do primeiro teste acabou de sair e os pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, constataram que 38% das pessoas que tomaram a vacina deixaram de usar droga.
"Estamos estudando e acredito que podemos elevar esse índice para 80%", declarou a coordenadora do estudo.
Até agora a forma que se mostrou mais eficiente no combate ao vício de crack, nos Estados Unidos, foi a luta contra o comércio de drogas.
Em Nova York, por exemplo, o programa Tolerância Zero, implantado no início da década de 90 para diminuir a violência, reduziu também o consumo de desse tipo de droga. E transformou em belas praças locais que antigamente eram frequentados só por traficantes e usuário de drogas.
Policiais disfarçados de consumidores. Limpeza nos pontos de venda. Apreensões, prisões, condenações.
Uma pesquisa do instituto nacional contra o abuso de drogas mostrou que 8,6 milhões de americanos acima dos 12 anos de idade admitiram ter usado crack pelo menos uma vez na vida. Desse total, apenas 610 mil ainda usavam a droga quando a pesquisa foi feita, em 2007.
O crack, pelo menos, deixou de destruir a vida de tantas pessoas num país onde o combate às drogas é tratado como uma guerra.
Até o fim deste ano o governo americano vai usar mais de US$ 14 bilhões, mais de R$ 24 bilhões, para tentar se livrar deste mal.
Globo.com

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