
Em depoimento que prestou ao juiz Ricardo Vital, na manhã desta sexta-feira (26), o sargento Valdiran Ferreira da Silva confessou que matou o major Albuquerque, então comandante do Batalhão da PM em Cajazeiras. Deixou claro, porém, que os tiros foram resultados de muitas humilhações que vinha sofrendo do seu superior.
De acordo do relato da repórter Michelle Sousa, para o programa Correio Debate, da Rádio 98/FM (Rede Correio Sat), o sargento declarou em juizo que, numa das discussões fez ponderações sobre a escala de trabalho alegando precisar de tempo para estar com a mulher e filhos. O major teria disparado: "Nem pobre nem negro tem família; tem touceira que nem capim".
O sargento Valdiran Ferreira matou o major Aldair de Souza Albuquerque com seis tiros de revólver. Ele disse que ao chegar para convesar com o superior, Albuquerque estava deitado de bruços, o recebeu com palavras de baixo calão e fez menção de pegar a pistola que estava ao pé da cama.
O depoimento foi prestado na Auditoria Militar, em João Pessoa. Pela primeira vez o sargento Valdiran deu declarações sobre o caso ocorrido no dia 10 de junho deste ano, no interior do quartel do Comando da Polícia Militar na cidade de Cajazeiras.
A audiência realizou-se sob forte tensão. Inicialmente o sargento declarou que estava sem condições emocinais para prestar depoimento, mas não convenceu o juiz Vital que mandou prosseguir.
No depoimento o sargento contextualizou toda a situação até o desfecho fatal. Ele disse que vinha sofrendo humilhações do major Albuqueque há muito tempo. Quando foi perguntado se era casado, chorou copiosamente.
Um dos episódios mais recentes de humilhações ocorreu na abertura do Campeonato Paraibano em Cajazeiras. O sargento comandava uma guarnição militar e o major, em público, o proibiu de se proteger de forte chuva sob uma marquise.
Portal Correio
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